O MISTÉRIO DO SOTÃO



 

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Este fato que vou contar aconteceu comigo quando me mudei para um apartamento em São Paulo.

Eu nasci no interior de São Paulo em uma cidade chamada Araraquara.
Em 2018 eu prestei vestibular e passei para estudar em uma faculdade em São Paulo, então nesse ano me mudei para um apartamento de um quarto no último andar de um prédio no bairro de Santa Cecilia em São Paulo.
Foi a minha primeira vez vivendo sozinha e era muito empolgante.
O prédio foi construído na década de 1950, sendo antigo com aquele aspecto de um lugar que possui muitas histórias, com ar de um passado ainda presente em seus cômodos.
Para ajudar nas despesas, consegui um emprego de meio período, então eu trabalhava e estudava à noite na faculdade.

Eu estava morando lá já há alguns meses, quando em um determinado dia cheguei em casa do trabalho e fui ao banheiro.
Então algo estranho: uma tábua de madeira, que cobria um buraco no teto que levava a um pequeno espaço no sótão, estava quebrada em duas partes no chão.
Eu examinei as peças e vi que a tábua tinha uns 3 cm de espessura e era muito resistente.
Então eu imaginei que o proprietário havia enviado alguém para trabalhar no sótão e por acidente acabou derrubando a tábua, mas de uma forma ou outra, fique com muito medo, pois imaginei que poderia haver alguém lá em cima no sotão.

Enviei fotos por e-mail ao proprietário, perguntando se alguém esteve lá (com um tom de aborrecimento, já que ninguém havia me avisado).
A resposta dele dizia: "Ligue-me assim que puder".
Liguei e ele explicou que seus dois últimos inquilinos disseram que a mesma coisa havia acontecido, e me prometeu substituir a tábua que servia de tampa para o sotão, e o fez.
Um mês depois, acordei uma noite por volta das 4 da manhã com meu corpo coberto de arrepios.
A sensação era de que alguém estava me tocando.
Tudo estava em silêncio, mas então ouvi um som de arrasto vindo do teto, acima da minha cama.

Era como se alguém estivesse puxando um saco de batatas.
Eu congelei e achei que alguém que estava lá em cima, porque não há como um animal fazer aquele som.
Depois de cinco minutos tive coragem de acender a luz, peguei uma faca na cozinha e caminhei até o banheiro.
Foi quando vi que a nova placa de madeira que cobria o buraco no teto estava caída e quebrado em em duas novamente, e nesse momento me senti muito mal, mas o som de arrasto parou.
Mas nesse momento ouvi outra um susurro que vinha do sótão.
Parecia voz das crianças, e eu podia ouvir uma frase repetida várias vezes: "É a sua vez ... É a sua vez ... “.

Liguei todas as luzes do apartamento para fazer as coisas parecerem normais.
Eram 5 da manhã e ainda estava escuro lá fora.
Então eu liguei a TV para tentar relaxar, e foi quando um fusível explodiu, e junto com esse acontecimento, meu passarinho de estimação que ficava na cozinha começou a gritar como se estivesse sendo estrangulado.
Eu nunca tinha visto ele daquele jeito, então peguei as chaves do meu carro, saí correndo, sentei no meu carro e esperei até o sol nascer.
Quando clareou e vi pessoas circulando, me deixou com mais segurança o suficiente para voltar.

Quando cheguei ao apartamento, a porta da frente estava aberta, mas achei que poderia ter esquecido de fechá-la quando saí correndo.
Todas as minhas janelas estavam fechadas, então procurei por toda parte.
Fui à cozinha para verificar o passarinho, mas ele não estava em sua gaiola.
Eu fiquei aterrorizada de novo.
Todas as minhas janelas estavam fechadas, então procurei por toda parte.
Quando caminhei para o banheiro, ouvi barulho de gotas de água, e foi quando achei o passarinho que estava meio afogado no banheiro.
Peguei-o, o sequei e limpei.

Eu estava tão confusa com tudo aquilo.
Às 8 da manhã, liguei para o proprietário e contei o que havia acontecido à noite.
Então ele comentou: "Nossa, você ouviu o sussurro também!".
Como o preço do aluguel era muito bom e eu não encontrava outro acessível para mim, fiquei naquele apartamento por mais 18 meses.
Ouvi novamente o sussurro em algumas ocasiões e duas vezes a tábua que cobria o buraco no teto se movia.
Embora atualmente eu esteja morando em outro lugar agora, o proprietário ligou recentemente e disse que seus novos inquilinos imploraram para falar comigo sobre algumas das coisas que estão acontecendo no apartamento.

Disse à ele: "Esqueça, agora o problema é deles, eu não volto mais lá".

 

 

Cintia Camargo
São Paulo - SP - Brasil
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